terça-feira, 17 de novembro de 2009

LIGA BASQUETE FEMININO.....UMA REALIDADE OU UM SONHO DISTÂNTE?

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O basquete feminino está a poucos meses de se igualar ao dos homens. O Nacional Feminino, que hoje terá a segunda rodada de sua 12ª edição, será substituído por um torneio gerido pelos clubes, tal qual o Novo Basquete Brasil (NBB), em 2010. A questão é saber o tamanho da independência em relação à Confederação Brasileira de Basquete (CBB), que, no caso do torneio masculino, já em sua segunda edição, é total. (*)
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“Não sei se conseguiremos fazer uma transição completa no ano que vem”, afirma José Carlos Brunoro, diretor de marketing da entidade. “Teremos de ajudar os clubes no primeiro ano, principalmente na captação de recursos, até que seja possível alçar voo solo.”
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O desafio da vida livre esbarra em problemas dos próprios clubes, que são poucos e com infraestrutura frágil. Brunoro revela que, durante o Nacional, buscará um diagnóstico sobre a situação das oito equipes participantes – Americana, Catanduva, Ourinhos, Santo André, São Bernardo, São Caetano (todos de São Paulo), além de Botafogo (Rio) e Vasto Verde (Santa Catarina). O resultado, que virá no fim do ano, não deve ser animador. “Fiquei triste ao ver a situação do basquete feminino, que foi negligenciado nos últimos anos, apesar de a seleção ter conseguido os melhores resultados para o Brasil.”
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Hoje, a equipe feminina ocupa o 4º lugar no ranking mundial da Federação Internacional de Basquete (Fiba), atrás apenas de Estados Unidos, Rússia e Austrália. Os homens estão na 14ª posição. “Em visita recente à Fiba, o presidente Carlos Nunes ouviu um conselho do secretário-geral (o suíço Patrick Baumann) para que o basquete feminino, importante internacionalmente, comece a ser olhado com carinho.”
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Para viabilizar o campeonato deste ano, a CBB comprometeu-se a custear passagens, hospedagens e alimentação, assim como metade dos custos de quadra (arbitragem e estatísticas). O auxílio é possível porque, pela primeira vez, o Nacional tem patrocínio próprio, com a ELETROBRÁS e a farmacêutica EUROFARMA. Também de maneira inédita, o torneio terá um gerente, Márcio Cataruzzi, favorito para ocupar o principal cargo executivo na Liga.
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Relegados a segundo plano enquanto a seleção conquistava títulos, os clubes que trabalham com mulheres foram reduzidos e estão, basicamente, no Estado de São Paulo. A descentralização é outro objetivo – claramente, a longo prazo – para que a Liga se fortaleça. “Precisamos ter outros polos. Abrimos caminho, nesta edição, para Rio e Santa Catarina, mas ainda é pouco.”
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REPATRIAR
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O fortalecimento do basquete feminino não passa, exclusivamente, pela melhoria dos clubes e por torneios mais bem organizados. A ex-jogadora Hortência, diretora do departamento destinado às mulheres na CBB, garante que o repatriamento de atletas é parte fundamental nesseprocesso. Para este ano, voltaram ao País apenas três jogadoras: Kelly (Ourinhos), Cíntia Tuiú (Americana) e Fernanda Beling (Catanduva).
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A dificuldade de contar com jogadoras que buscam subsistência no exterior é grande, até para a seleção. Tanto é assim que Hortência também já busca uma maneira de viabilizar a permanência de estrelas como a pivô Érika e a ala Iziane no País, ao menos no primeiro semestre, para uma boa preparação para o Mundial da República Checa, a ser realizado em setembro. “Vamos tentar evitar que elas disputem a WNBA e fiquem conosco para uma boa preparação”, diz a dirigente.

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