segunda-feira, 29 de junho de 2009

O Flamengo é o primeiro campeão do Novo Basquete Brasil (NBB)


A festa na HSBC Arena foi realmente incrível no domingo. Quase 16 mil pessoas lotando o ginásio, organização melhor que a dos jogos 2 e 3. Era um jogo de basquete, e era um programão, uma experiência bacana, um entretenimento de bom nível, com bom público, como a gente sempre cobra. Deu gosto vivenciar tudo o que aconteceu ao redor da quadra, um mérito inegável do NBB.

Dentro da quadra... aí surge o outro NBB, o da bola quicando.Em primeiro lugar, a bola quicou com dois times de uniformes escuros, medida incompreensível que prejudica o aspecto visual. Tecnicamente, o jogo 5 entre Fla e Brasília foi ruim de doer, assim como o 4, e assim como grande parte do torneio. E se o torneio foi assim, não dava mesmo para esperar algo divino na final, quando a tensão faz aumentar ainda mais o número de erros.

Este problema não vai se resolver agora ou no próximo NBB, e sim daqui a vários anos, desde que se faça um trabalho sério de base desde já. Para que tenhamos um torneio de bom nível técnico, só batendo nas teclas dos fundamentos e da disciplina tática. Assim como falei sobre o feminino, não tiro a culpa de quem está lá dentro hoje, já que a maioria não faz muita questão de jogar um basquete de primeira linha e ignora conceitos táticos.

À beira da quadra, Moncho Monsalve finalmente apareceu e se disse assustado com a quantidade de arremessos de três pontos na série - não sou só eu, viram? Mas também não é só o chute de três que empurra o nível do basquete brasileiro para baixo. São muitos fatores. Como a falta de cuidado com a bola e a truculência sem ela. Foi por muito pouco que o campeonato não acabou em pancadaria - e nem a tensão de uma final justifica tamanho destempero.

Outra draga é a administração da maioria dos clubes, incluindoo Flamengo, o que só valoriza mais a conquista dos atletas. Esses caras chegaram a jogar com quatro meses de atraso nos salários. Jamais viram a cor dos prêmios prometidos em troféus anteriores. Penaram para arrumar um teto e, até o meio da semifinal, não sabiam em que ginásio disputariam a decisão.

Por essas e outras, o títuloé justo, justíssimo. De João Henrique Areias, que arrumoua casa em cinco meses, a cada integrante da delegação, todos merecem esta conquista.Assim como nós merecemosum basquete melhor. Mesmo sabendo que não estamos no primeiro escalão, o público consumidor é exigente e não vai se contentar com pouco. Parabéns ao brio do Flamengo, à luta do Brasília. E mãos à obra, pois a estrada é longa.

CONFIRA ALGUNS NÚMEROS DO NBB
- Número de jogos: 237 - 210 de classificação (turno e returno), 15 nas quartas-de-final, sete nas semifinais e cinco nas finais
- Jogos transmitidos pelo SporTV: 51
- Público total: 593.847 pessoas
- Público dos cinco jogos da final: 63.847
- Médias de público: 2 mil na fase de classificação, 3 mil nas quartas-de-final, 3.500 nas semifinais e 12.769 na final
- Recorde de público: 16 mil (Universo/BRB/Financeira Brasília x Flamengo, dia 1/5, em Brasília)
PLAYOFF FINAL
Jogo 1 - Universo/BRB/Financeira Brasília 74 x 81 Flamengo
Jogo 2 - Flamengo 71 x 81 Universo/BRB/Financeira Brasília
Jogo 3 - Flamengo 99 x 78 Universo/BRB/Financeira Brasília
Jogo 4 - Universo/BRB/Financeira Brasília 82 x 78 Flamengo
Jogo 5 - Flamengo 76 x 68 Universo/BRB/Financeira Brasília



Fonte: Blog Rebote (Por Rodrigo Alves)

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