quarta-feira, 10 de junho de 2009

E SELEÇÃO BRASILEIRA SUB-19 TRABALHA COM TEORIA E VIDEOS PARA INTENDER AS JOGADAS.


Bolas, cones e pranchetas não são as únicas ferramentas que o técnico Luiz Cláudio Tarallo usa para ensinar as jogadas para a seleção brasileira sub-19 feminina, patrocinada pela Eletrobrás, que está na reta final de preparação para o Campeonato Mundial da categoria. A competição será disputada de 23 de julho a 2 de agosto, em Bangkok, capital da Tailândia, e quinze talentosas jovens têm muito a praticar e inúmeras jogadas para decorar rumo às vitórias. Para facilitar essa aprendizagem, Tarallo desenvolveu estratégias fora da quadra para alcançar o sucesso com sua equipe. Além dos exercícios práticos, o técnico trabalha as jogadas de forma teórica, usando programas de computador, distribuindo folhas, lápis e borracha para que a atenta platéia anote tudo direitinho e estude bastante para arrasar na partida.

— Eu chamava de reunião ou hora do vídeo. Mas quando as meninas viram lápis, papel e computador apelidaram logo de “Escolinha do Professor Tarallo”. E pegou. Faço isso desde a minha primeira seleção, em 2005, em todas as categorias. Obviamente respeitando as especificidades de cada faixa etária. Embora a gente faça muitos exercícios para elas entenderem as jogadas, tem dado bons resultados demonstrá-las também de forma teórica por meio de programas de computador. As atletas escrevem o que estão vendo, vamos discutindo juntos os movimentos e ficam com as anotações para estudar. Com o decorrer dos treinamentos, a jogadora recebe uma carga muito grande de informações. E guardar as movimentações escritas facilita o entendimento e memorização.

Tarallo explica que, no começo da preparação, a “escolinha” é usada basicamente para passar e estudar as jogadas. Isso ajuda a acelerar o raciocínio e as ações ficam mais rápidas. Quando o grupo está bem nessa parte, o professor passa para a análise dos adversários, além de dinâmicas para trabalhar aspectos emocionais do jogo, como motivação e espírito de grupo. E garante que tem dado certo.

— Esse método facilita a vida das jogadoras. Na hora da prática, elas transferem o conhecimento teórico para as jogadas na quadra. Tem que treinar, falar, entender e aplicar os movimentos para poder saber o que fazer no jogo pra valer. Além do aspecto técnico e tático, desenvolvemos o lado psicológico, tão necessário em uma competição. As dinâmicas e vídeos motivacionais ajudam nisso. Vimos o primeiro resultado concreto quando ganhamos o Sul-Americano Cadete (Equador/2006). Vencemos a final na presença de 8.500 torcedores equatorianos no ginásio. Um grupo de meninas de 15, 16 anos, suportar a pressão de um público grande e barulhento representou uma conquista enorme, fruto de um alicerce dado não só no lado técnico, como no controle emocional.

Apontada pela equipe como a aluna mais aplicada, a ala Amanda Lázaro confirma a eficiência da “escolinha”.

— Eu gosto de estudar e repassar as jogadas em casa ou durante os treinamentos na concentração. É muito útil para todas as atletas, principalmente para as que atuam em duas posições. É igual uma escolinha mesmo, o Tarallo faz perguntas para a gente responder. Parece bobo, mas dá certo. A gente aprende os movimentos mais facilmente, pensando mais rápido na solução dos problemas quando eles aparecerem na quadra.

fonte: Painel do BasqueteFeminino

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